sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O que Deus deseja?





Denise Alves
30/11/18

Gritem bem alto, sem parar! Tão alto quanto uma trombeta! Anuncie ao meu povo Israel a sua maldade e todos os seus pecados.
Eles fingem ser tão religiosos! Eles vêm ao templo diariamente e se mostram muito alegres em ouvir a leitura da minha lei, como se obedecessem a ela, como se não desprezassem os mandamentos do seu Deus. Eles me fazem perguntas sobre como cumprir a lei e parecem desejosos em se chegar a Deus.
Eles dizem: “Por que jejuamos, se o Senhor nem se atenta para isso? Por que nos humilhamos se o Senhor nem dá importância?” Eu vou lhes explicar por quê. É que mesmo no dia do seu jejum, vocês cuidam dos seus negócios e maltratam e exploram seus empregados.
Que adianta jejuar se vocês continuam a brigar e a fazer violência? Será que pensam que, quando jejuam assim, eu vou responder às suas orações?
Será que esse é o jejum que escolhi? Será que desejo que passem fome, andem curvados como junco, se vistam de pano de saco e se deitem sobre cinzas? Vocês acham que esse é o jejum que agrada o Senhor?
Não! O jejum que eu desejo ver é o seguinte: Parem de explorar seus empregados, não maltratem os seus servos, perdoem as dívidas dos que não podem pagar e não obriguem outros a trabalhar como escravos.
Além disso eu desejo que vocês repartam sua comida com os famintos, ofereçam abrigo a quem não tem casa, deem roupas aos que estão nus e não recusem ajuda ao próximo. […] Então quando vocês clamarem ao Senhor ele responderá: Eu estou ao seu lado!

Isaías 58. 1-9 – Bíblia Viva

Creio que esse texto não precise de comentários, ele só precisa em algum momento de nossa vida ser implementado ao nosso modo de Ser Igreja.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Critérios de qualidade



Denise Alves
19 de outubro de 2018


Participo de um projeto de pesquisa que busca analisar a qualidade de um determinado produto. A medida que avançamos no estudo nos deparamos com a principal dificuldade: estabelecer os critérios de avaliação. Quais são os indicadores para métrica, em quais categorias, sob quais parâmetros? Mais complexo ainda: quem sou eu para julgá-los?
Essa dificuldade secular me remeteu ao âmbito espiritual. Declaramos que Jesus é o único caminho para o Céu e que a santidade é o principal critério de avaliação daqueles que passarão ou não pela porta estreita. Mas como avaliar santidade? Quais os indicadores? E os parâmetros? É possível criar um ranking dos mais santos? E o mais importante: devo julgá-los?
Disse Jesus: “Não julguem e assim vocês não serão julgados! Porque como vocês julgarem os outros, vocês também serão julgados e a medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mt 7.1-2). Ainda nos orientando sobre o melhor modo de procedermos quando identificamos diferenças, Jesus nos conta a parábola sobre o Joio e o Trigo – que não por coincidência está alguns capítulos à frente no evangelho de Mateus:
“Devemos arrancar o joio? Perguntaram os servos. Não! Respondeu o Senhor. Porque ao tirar o joio vocês poderão arrancar o trigo. Deixe os dois crescerem juntos até a colheita, então EU mandarei que os ceifeiros os separem” (Mt 13.28-30).
Mesmo intuindo que há algo estranho acontecendo no meio da plantação, não é nossa tarefa arrancar o joio, não nos arvorarmos como defensores da plantação – pois ela não é nossa! Não cabe a nós definirmos quem será guardado no celeiro ou não.
No máximo, o que a Bíblia nos orienta quando o assunto é julgamento é que examinemos a nós mesmos! (I Co 11.28). Que cada um de nós tenha a consciência limpa diante de Deus de fazer o seu melhor (Gl 6.4). Pois Paulo nos ensina que o julgamento verdadeiro vem somente do Senhor (I Co 4.3-5). Pois muitos naquele dia se achando trigo dirão “Senhor, Senhor em teu nome fizemos... ao que Jesus responderá: Nunca vos conheci!” ( Mt 7.22).
Em trecho acima, eu disse que não por coincidência esses textos estão escritos no livro de Mateus, porque esse evangelho foi dirigido especialmente aos Judeus, o Povo Escolhido, que se considerou durante muito tempo o único povo apto a participar do Reino dos Céus.
O único problema foi que os critérios utilizados por eles para fazer a avaliação não foram os mesmos critérios usados pelo Senhor. Que não cometamos o mesmo erro. Busquemos a qualidade aprovada por Deus, com base nos Seus parâmetros, estabelecidos pela Graça de Jesus!
Soli Deo Gloria!

domingo, 30 de setembro de 2018

Excluídos



Por Denise Alves
28/09/2018


O capitalismo é por essência um sistema binário: Tem/Não Tem; Acessível/ Não Acessível. Critérios aplicados majoritariamente às relações de consumo, onde as pessoas são julgadas pela sua capacidade obter bens culturalmente identificados como desejáveis.
Mas a exclusão não é novidade na história e os bens desejáveis são apenas atualizados para o contexto social no qual se vive. Se na idade da pedra uma caverna era um luxo, na contemporaneidade, um apartamento na praia o é. De modo que sempre existiram aqueles que privados de tais bens culturais foram, não apenas excluídos, mas julgados por sua não adequação ao sistema.
Veja como Izabel, a futura mãe de João Batista se sentiu: “Agora que o Senhor me ajudou, ninguém mais vai me desprezar por eu não ter filhos” (Lc 1.25). Ninguém vai me desprezar por eu não ter.... No caso dela, ela se sentia excluída por não ter filhos. No caso de outra pessoa pode ser um emprego, uma casa, um diploma, milhares de likes na página...
Certo é que a igualdade apresenta-se como um ideal a ser perseguido e um pesadelo se alcançado. Sempre damos um jeito de nos diferenciar, inclusive dentro das igrejas. Os pastores/homens/líderes/loiro/etc têm acesso a sentarem nesse lugar. Você simplesmente acomode-se como puder. Isso não lembra o texto de Tiago? “Vamos supor que entre no lugar onde vocês se reúnem um homem com anéis e com roupas finas e outro pobre e vestindo roupas velhas e sujas e vocês derem atenção especial ao homem rico […] nesse caso vocês estão discriminando pessoas, baseando-se em motivos errados ao julgar aos outros. (Tg 2. 2-4)
Isso significa que devemos ignorar as diferenças? Claro que não. Porque Paulo também nos alerta para elas, que cada um tem um lugar específico no Corpo: “Que coisa esquisita seria um corpo que tivesse somente um único membro! Assim foi que Ele fez muitos membros em um só corpo” (I Co 12.19-20)
Desse modo não parece que o problema esteja nas particularidades de cada um, pois são elas que nos fazem únicos, singulares, mas no contrário, quando não as valorizando, as utilizamos para estabelecer um sistema de classificação fundamentalmente excludente, estratificado e competitivo – quando os próprios critérios utilizados não são sequer questionados!
Pela dor de Izabel, do homem pobre e do dedo mindinho não deveria ser a Igreja de Cristo um lugar onde todos são igualmente reconhecidos como Filhos de Deus? Não deveríamos ser nós a demonstrar um outro modo de ser sociedade? A ideia não era que nós enquanto reino de Deus mostrássemos ao reino das trevas formas de incluir sem homogenizar?
Apenas um pouco de questionamentos...

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Cansaço da Decisão



28/08/18
Denise Alves

Às vezes não bate um cansaço? Na verdade já ouvi dizer que se um dia um marciano chegasse na Terra ele identificaria que tudo que precisamos no momento é dormir. Estamos todos tão cansados.
E uma das causas da nossa falta de energia é a enorme quantidade de decisões que temos que tomar ao longo do dia. Das pequenas decisões: qual roupa vou usar hoje, o que comer no café da manhã, curtir ou comentar aquele status? – às grandes: qual curso escolher na faculdade, com quem me casar, devo mudar de cidade?
Tudo isso requer do cérebro um esforço enorme para analisar as variáveis e fazer a melhor escolha. Então pensei: não seria bom se tivesse alguém que controlasse minha vida e decidisse várias coisas por mim? Que soubesse exatamente do que gosto e quando me acordasse, sem me fazer qualquer pergunta, já tivesse preparado o café da manhã perfeito? Ou que sabendo exatamente minhas preferências indicasse com alto nível de precisão o curso que mais se adapta ao meu perfil? Isso me pouparia muito tempo e energia. Me faria descansar.
Então me lembrei que essa Pessoa existe e que Ele deseja cuidar de mim: “Vinde a mim todos vós que estás cansados e eu vos aliviarei” (MT 11.28). Quem me conhece melhor do que meu Deus?! Que antes mesmo de meu nascimento já tinha toda a história da minha vida escrita no seu livro? Que me viu ser formado no ventre da minha mãe (SL 139.16 e 13)? E que acima de tudo afirma possuir planos de paz e não de mal para um futuro de esperança (JR 29.11)?
Eu não preciso depender apenas de mim mesma para tomar decisões na vida pois em todos os aspectos, em todas as áreas, Ele, melhor do que ninguém sabe o que é perfeito para mim. Isso não implica dizer que tudo acontecerá num passe de mágica – a mesa do café não vai se montar sozinha infelizmente – mas se decido descansar Nele, tenho energia suficiente para tomar um ótimo café da manhã com Ele e decidirmos juntos como será o restante do dia.



segunda-feira, 30 de julho de 2018

Um reino desterritorializado



Por Denise Alves
28/07/2018

Quero hoje começar a partir da citação do texto anterior – Um ponto de Vista – a fala de Paulo aos Colossenses: “pois Ele nos tirou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1:13). Pois me surge uma inquietação: Como posso saber se estou no Reino de Deus?
Lembre-se que o que proponho é uma reflexão, uma sugestão de interpretação baseada nas minhas experiências, na minha caminhada, no meu relacionamento com Deus e no modo como compreendo o Reino.
Como falei na última postagem, parto do princípio que o pano de fundo da nossa existência está marcado pelo conflito entre o Reino das Trevas e o Reino da Luz, reino esse que não se define pela localização espaço-territorial como é o Reino de Gales ou o Reino do Gongo.
Esse Reino como Jesus bem esclareceu, está dentro de nós: “Um dia os fariseus perguntaram a Jesus: “Quando é que vai começar o Reino de Deus? Jesus respondeu: ‘O Reino de Deus não vem acompanhado por sinais visíveis. Não se poderá dizer: ‘Começou aqui neste lugar, ou ali naquela parte do país’, pois o Reino de Deus está dentro de vocês.” (Lc 17.20-21).
Isso significa que estamos tratando de um reino desterritorializado mas passível de ser identificado a partir de outros critérios. Quais critérios? O que caracteriza o Reino de Deus? Paulo nos dá uma dica: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17). A tradução desse verso na Bíblia Viva nos fornece um esclarecimento adicional: “Afinal de contas, a coisa importante para nós, como cristãos, não é o que comemos ou bebemos, mas sim incentivar o aparecimento da retidão, da paz, e da alegria que vêm do Espírito Santo”.
Mais uma vez esses textos nos mostram que o centro do Reino de Deus, aquilo que o identifica, que o distingue dos demais reinos, ‘a coisa mais importante’ é que seus cidadãos são pessoas justas, honestas, que promovem a paz, alegres... Isso te lembra alguma coisa? Isso mesmo, os frutos do Espírito: “Mas quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, Ele produzirá em nós esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, paciência, bondade, retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5.22-23).
Então, por enquanto, podemos deduzir que o Reino de Deus é composto por aqueles que, quer estejam no Marrocos, Brasil, Austrália, Suíça, Antártida, em toda tribos, língua, povo e nação, produzem os frutos do Espírito Santo.
Por esse critério, estamos no Reino de Deus?
Continua....



quinta-feira, 28 de junho de 2018

Um ponto de vista...



Por Denise Alves
28/06/2018

A lógica utilizada para o desenvolvimento do raciocínio é de fundamental importância para determinar os resultados alcançados pelo mesmo. É o que podemos chamar de Ponto de Vista. O local a partir do qual se olha. A visão obtida a partir de um determinado ponto. Implica dizer que mudando o ponto de vista, altera-se completamente a conclusão/percepção do objeto/fenômeno observado.
E o que isso tem haver com a Bíblia? Tudo. O que bem nos resume Salomão no seu livro sobre a Sabedoria. Provérbios nos fala sobre a interpretação da vida a partir de um determinado ponto de vista: O temor do Senhor (Provérbios 9.10)
O que isso significa? Quer dizer que dependendo do modo como você se relaciona com essa informação – O temor do Senhor – define todas as demais respostas/posicionamentos na sua vida. É a proposição lógica do SE-ENTÃO.
Se Deus existe.... Então....
Se temo à Deus... Então....
E deve, ou deveria, haver coerência lógica entre os conectivos sob pena agirmos de modo incoerente causando confusão inclusive naqueles que nos observam. Nossas atitudes são o correspondente visível do Deus invisível (Cl 1.15), a continuação da obra que Jesus começou a fazer (Jo 5.36). Uma vez que o mundo tem acesso a Deus a partir de nós, a Sua Igreja, seu embaixadores (2 Co 5.20), temos uma importante responsabilidade em sermos logicamente coerentes entre o que cremos e o que fazemos.
O pano de fundo do conflito está entre o Reino das Trevas e o Reino da Luz. O modo de agir das Trevas e o modo de agir da Luz. A lógica inerente às Trevas e a lógica própria da Luz. “Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós” (Mt 20:25,26).
Afinal, se Ele “nos tirou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1:13), então devemos ter atitudes correspondentes ao novo reino do qual fazemos parte. Dizer que teme a Deus, Senhor da Luz e agir usando as regras das trevas demonstra apenas que ainda estamos nos utilizando de um ponto de vista das trevas, lembra do início do texto? um ponto/local a partir do qual se olha. Pois a Bíblia nos declara:  SE sois luz no Senhor ENTÃO andai como filhos da luz. (Ef. 5:8). Analise a si mesmo: Com qual reino você está sendo coerente?


quarta-feira, 16 de maio de 2018

A VONTADE DE DEUS?



Por Denise Alves
16/05/18

“Vocês serão expulsos das sinagogas e chegará o tempo em que qualquer que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus”. João 16.2

  • ·         Jesus foi condenado por não fazer a vontade de Deus.  
  • ·         Os cristãos foram perseguidos e mortos por Judeus que pensavam estar fazendo a vontade de Deus.
  • ·         As mulheres na idade média foram mortas sob a alegação de bruxaria, e matá-las era fazer a vontade de Deus.
  • ·         No início do século passado, negros foram escravizados sob a conivência religiosa de que esta era a vontade de Deus, já que nem alma eles tinham.


O que me leva a pensar: O que fazemos hoje pautados na suposta vontade de Deus? O que afirmamos hoje, com toda convicção, ser a vontade de Deus? Pelo que lutamos, matamos, morremos, brigamos, separamos, dividimos baseados na vontade de Deus?
Se a história não consegue nos ensinar qual deve ser o caminho a seguir, ao menos ela nos mostra que podemos estar convictamente seguindo o caminho errado.
A igreja[1] em especial tem problemas seríssimos em admitir o erro, pedir desculpas, se retratar e pior ainda, relativizar suas tão fortes convicções. Demorou séculos para que admitisse o erro de condenar, durante a inquisição, Galileu Galilei por afirmar que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário – o que hoje não contestamos – e nunca se retratou por condenar Giordano Bruno à fogueira pelo mesmo motivo.
Tais erros foram cometidos, como o próprio Jesus afirma, por falta de conhecimento do próprio Deus. “Eles vão fazer essas coisas por que não conhecem nem o Pai nem a mim” JO 16.3. Conhecer a Deus é o único caminho para descobrir qual seja a Sua vontade, institucional e pessoalmente, afinal de contas o Reino é Dele.
Erros serão cometidos, fomos previamente avisados: “mas eu digo isso para que quando essas coisas acontecerem...” JO 16.4, assim sendo cabe a nós, no mínimo, caminharmos hoje com mais humildade ao reconhecer que talvez, e muito provavelmente, essa de fato não seja a vontade de Deus.
Consideremos humildemente a nossa humanidade; nossa inclinação ao erro; nosso discernimento equivocado e aprendendo com a história: julguemos menos.

Soli Deo Gloria



[1] Tendo em vista que até então a Reforma era um movimento novo na Europa, a Igreja Católica representa a totalidade dos cristãos nesse período.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

O fim é Agora


Por Denise Alves
12/04/18


Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. (JO 11.24-25)


Imagine que aquilo que você almeja está no final de uma longa estrada na qual você está caminhando, a imagem que surge na minha mente é quase a lenda do pote de ouro no final do arco-íris. Imaginou?
É mais ou menos assim que Marta pensava quando falou com Jesus: Sei que quando chegarmos ao último dia ressuscitaremos. Ao que Jesus responde: Marta, eu sou o último dia, eu sou o final. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
Faça uma pausa, leia de novo e refaça a imagem mental. Imagine novamente a estrada, mas agora imagine o final dela se curvando, se enrolando até alcançar você. Isso é a chegada do Reino de Deus.
O Reino de Deus não é um lugar onde chegaremos após a morte, você não precisa mais percorrer toda a estrada até chegar ao Reino de Deus. O Reino veio até você: Eu sou o pós-morte, eu sou a ressurreição, eu sou a vida eterna, e eu estou aqui e agora. Lázaro ressuscitará hoje!!!
Por isso lembre-se: Jesus não te 'dará vida' como se referindo a um tempo futuro incerto, não! Ele nos dá vida abundante hoje (JO 10.10b), por que? Porque o reino de Deus chegou e ele está dentro de nós (LC 17.20). A vida plena começa a ser desfrutada aqui e agora, de dentro para fora.
A mudança que queremos ver no mundo físico começa a operar quando permitimos que de fato “Venha o Teu Reino e seja feita a Tua vontade”, onde? Em Brasília? Nas favelas? Dentro das instituições públicas? Sim! Também! Mas precisa primeiro começar a fluir a partir do seu interior, repetindo.... por que? Porque você carrega este Reino dentro de você.
Entende também a importância que temos enquanto Povo de Deus na Terra? Nós somos responsáveis por tornar visível este reino para o mundo. Então seja sinal da Sua presença no mundo e ressuscite Lázaro agora.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Os pronomes de tratamento e a igualdade eclesial

Denise Alves
02/03/2018

A Suécia desde 1960 usa um único pronome de tratamento VOCÊ. Ninguém mais é identificado por senhor, excelência, doutor e correlatos tão conhecidos nossos. A justificativa: somos iguais.
Ninguém deve ser mais respeitado do que outro por causa de um título, por ser um 'Doutor' ou uma suposta 'Excelência'. Pode não parecer muito, mas mudar o modo como percebemos o Outro, ao tratá-lo simplesmente como um VOCÊ igual em dignidade a MIM, muda toda uma mentalidade baseada em inconsciente desejo de superioridade.
Isso me lembra um outro texto: “Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longas, e como gostam de tomar os principais lugares nos banquetes e os assentos mais importantes na sinagoga! Como apreciam a consideração que se presta a eles nas praças ao serem chamados de 'mestres'!!!” (Mt. 23.5-7)
Jesus estava falando dos fariseus mas poderíamos muito bem aplicar tal texto a senadores, juízes, presidentes, pastores e bispos. Esse é o modo como funciona no sistema Mundo contestado por Jesus, o sistema que valoriza o cargo à pessoa, que diferencia, segrega e exclui. Se somos de fato seus discípulos - e também porque não temos gerência sobre outros espaços -, porque não abolir tal comportamento ao menos no nosso Sistema Igreja?
Se um país declaradamente ateu pôde fazer isso ao reconhecer à dignidade humana inerente a todo Homo Sapiens, porque é tão difícil para a igreja, reconhecer o Outro como filhos do mesmo Pai, e abolindo todo os demais pronomes de tratamento, nos chamarmos simplesmente de Irmãos?
Será que o desconforto que tal ideia provoca em nós não acaba por revelar o quanto do sistema mundo ainda está arraigado nas nossas concepções e percepções do Outro, totalmente dissociadas do Livro que dizemos ser nossa regra de fé e prática?
Pensemos!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Considerações sobre o Salmos 105 e 106




Por Denise Alves
13/02/18

Primeira observação: estou usando a tradução na linguagem de hoje então alguns termos podem ser diferentes em outras versões.
Segunda observação: diferente da maioria das pessoas eu não curto muito o livro dos Salmos, é o conjunto de textos menos lido por mim de todo o velho testamento – um segredo: normalmente leio mais o livro de Números do que o livro dos Salmos. Fazer o que né? Tem gosto pra tudo.
Terceiro: Li os dois salmos no mesmo dia, como alguns diriam ‘de um fôlego só’ e isso me permitiu ver algumas coisas que eu talvez não percebesse se tivesse dado uma pausa entre os dois.
A primeira é que o salmista tem muita consciência da presença de Deus no mundo. Durante todo o salmo 105 ele narra os fatos ocorridos no mundo material e atribui a sua origem à Deus. São inúmeras as vezes durante todo o texto onde ele repete que “Deus fez” - normalmente eu citaria os textos, mas dessa vez sugiro que você leia na sua própria bíblia.
Essa consciência da existência e presença de Deus no cotidiano é algo que o whatsapp e as demais redes sociais tendem a mascarar. Nossos outdoors não são as melhores fontes de lembrança dessa verdade, invisível porém real. Nossa sociedade se tornou mestre em caminhar pelos dias alheia a qualquer manifestação do sobrenatural.
O salmista não. Seja pelo momento histórico ao qual vivia, seja pela cultura centrada no Theo, certo é que o salmo 105 nos lembra que ‘Deus Faz’.
Mas por que Deus faz? O salmista responde: Deus faz porque ele lembra da promessa feita à Abraão. (Sl. 105. 42). É só por isso. Não é porque mereçamos, não é porque ele é obrigado, ele faz porque ele permanece fiel à sua palavra. Ele disse que abençoaria. Ele vai abençoar. O que Ele prometeu, ele cumpre. Simples assim.
Uma aliança foi feita, e a parte que cabe à Deus está garantida, não foi esquecida. Senhor porque tu estás fazendo isso? Porque eu prometi que faria, então estou fazendo. Pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente, lembra?
Talvez não. E é isso que nos diz o próximo Salmo. O 106. Esse salmo nos mostra como apesar da fidelidade de Deus, nós nos esquecemos. Israel esqueceu, não apenas uma ou duas, mas inúmeras vezes ele se esqueceu do amor de Deus (Sl 106.7), dos feitos de Deus (Sl. 106.13), até o ponto em que se esqueceram do próprio Deus (v.21).
Só pude visualizar o contraste esses dois salmos porque tive acesso a essas duas informações de modo sequencial. Enquanto que de um lado tenho um Deus que insiste em manter seu amor, do outro temos um povo que obstinadamente teima em esquecer do seu Deus, o substituindo por ídolos sem ao menos dar-se conta disso.
Não posso julgar Israel, não posso julgar você, só posso julgar a mim mesma. (Cada uma examine a si). Qual tem sido a minha resposta à fidelidade do amor de Deus? Qual tem sido minha reação ao seu cuidado amoroso? Tenho cumprido a minha parte na aliança? Ou me distraído com as coisas do mundo, tenho esquecido que o material está sob o controle de um Deus que faz?